quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Bazar do contrabando.

Enquanto milhares de pessoas foram impedidas de entrar no Jockey Club de São Paulo, algumas dezenas seguiram adquirindo os bens confiscados do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia. Quem ficou na fila, reclamou da divulgação massiva do evento e de serem barradas devido ao excesso de público.

Milhares de pessoas estão do lado de fora do Jockey Club e aproximadamente 200 pessoas fazem fila para entrar no local. O bazar beneficente é dividido em salas temáticas e as pessoas podem comprar pertences do traficante colombiano, como roupas de banho, calçados, utensílios de cozinha, sofás, etc.


A empresária Elisabeth Kodic, uma das pessoas que estavam na fila, se queixou de ter sido agredida com gás-pimenta enquanto esperava na fila. "A polícia jogou gás na fila e não sobre a dispersão". A assessoria da Polícia Militar informou não ter informações sobre tumultos ocorridos nas imediações do Jockey Club.

O presidente da Fundação Julita, Lucien Belmonte, garantiu que não houve favorecimento no acesso dos presentes ao bazar. Segundo ele, o problema foi que houve dois focos de concentração de pessoas em fila, um dentro e um no portão de fora do Jockey.

"O que dá certeza é que havia uma porta dentro e não teve ninguém que era primo ou irmão de alguém que teve acesso. A Fundação Julita também nega ter havido favorecimento a sócios do Jockey. Quando a gente viu tinha uma fila aqui e uma fila lá na rua", disse Belmonte.

O presidente da fundação garantiu que ainda haverá alguns itens para a venda nos próximos dias. Já o leilão dos bens do traficante colombiano será limitado aos convidados. "São bens de altíssimo valor, não são populares", afirmou.

Cartões
A organização do bazar beneficente que vende bens de Abadia aceita todos os cartões de crédito para as vendas. Segundo um dos funcionários que trabalham nos caixas, compradores tem de escolher os itens que desejam, passar no caixa, pagar e retirar um comprovante para levar o item. Ainda de acordo com a organização, os objetos pessoais de Abadia são divididos em itens como móveis, cama e mesa, eletrodomésticos e roupas.

O voluntário Ricardo Rocha afirma que, entre os itens à disposição na adega, estão algumas caixas de vinhos do banqueiro Edmar Cid Ferreira, do Banco Santos. Cada caixa, avaliada em R$ 800, sai por R$ 200. Dentre as bebidas da adega, há vinhos do porto em garrafas de cristal.

As entidades assistenciais organizadoras e colaboradoras do evento são: Fundação Julita; Instituição Beneficente Israelita "Ten Yad"; Asilo São Vicente de Paulo; Casa do Cristo Redentor; Fraternidade Irmã Clara e Projeto de Incentivo à Vida.

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