segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A era Fidel

O ano era 1962. Por causa de uma ilha no Caribe, nunca o mundo esteve tão perto de uma guerra nuclear.
Alguns meses antes, um grupo de cubanos refugiados nos Estados Unidos – com apoio do governo americano – tentou invadir a ilha para derrubar Fidel Castro; o episódio ficou conhecido como a invasão da baía dos Porcos. Para se proteger, Fidel permitiu que a União Soviética instalasse, secretamente, mísseis nucleares na ilha.
Os americanos descobriram. O presidente John Kennedy foi à TV avisar que responderia a qualquer ataque na mesma moeda, mas negociações entre as duas superpotências levaram a União Soviética a retirar os mísseis, com a promessa dos americanos de jamais tentar invadir a ilha.
Por causa desse episódio, chamado de "crise dos mísseis", Cuba e Estados Unidos tiveram que aturar um ao outro durante quase meio século. Hoje, mais de 1,5 milhão de cubanos que fugiram da ditadura de Fidel Castro – e os descendentes deles – moram nos Estados Unidos. É uma das comunidades de imigrantes mais prósperas do país.
Cuba fica a pouco mais de 120 quilômetros dos Estados Unidos. Depois que os dois países romperam relações diplomáticas, em 1961, os dissidentes passaram a usar qualquer maneira disponível para cruzar essa pequena distância.
O lobby dos cubanos que moram nos Estados Unidos foi um dos fatores que fizeram o embargo econômico americano, que começou parcialmente em 1961, se tornar cada vez mais restritivo, apesar da condenação mundial. Todo os anos, as Nações Unidas aprovam uma moção pelo reatamento das relações comerciais com Cuba.
Fidel Castro resistiu às pressões americanas, mas também se beneficiou politicamente delas. Um jornalista que escreveu um livro sobre a relação de Fidel com os Estados Unidos diz que Fidel Castro será lembrado como um dos maiores “sortudos” da história; além de ter sobrevivido a todas as crises e atentados, encontrou um grande inimigo para culpar por todos os problemas de Cuba.

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