quinta-feira, 29 de maio de 2008
ANOS DE CHUMBO

O jornalista de 2008 não é mais o de 1968.
A lembrança de 1968, trinta anos depois, demonstrou a esquecida capacidade da imprensa brasileira de buscar a densidade, o contexto, a investigação. Num passe de mágica, voltamos a 68 ou 78. E não apenas através da remissão histórica, mas através da disposição de assumir as mesmas atitudes jornalísticas e espirituais .
A liberdade veio da igualdade. Eis porque a direita exerca a geração de 68. A intolerância cresce ao redor do globo. Os racistas e os sexistas ganham batalhas acadêmicas. A homofobia se espalha. Mas também aumenta o desejo de fechar-se em uma identidade resistente clara e aceitar o discurso reinante de que a desigualdade é inevitável. Os guetos proliferam. A liberdade decai.
O JORNALISTA DE 2008 NÃO É MAIS O DE 1968
Há uma legião de escribas produzindo textos convenientes para a direita e sendo recebida de braços abertos pelos sites e correntes de e-mails das viúvas da ditadura. Gente que começa dissecando o conformismo da opinião pública e acaba colocando seu talento a serviço de quem tudo faz para manter a opinião pública.
Há exatos 40 anos o mundo passava por um dos momentos mais importantes do século XX. A globalização começava a mostrar sua face e o planeta entrou em colapso diante de conflitos entre diversas nações, gerando um princípio de revolução, que veio do povo.Em maio de 1968 uma greve geral aconteceu na França. Rapidamente adquiriu significado e proporções revolucionárias, mas logo em seguida foi desencorajada pelo Partido Comunista Francês. Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, porque não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, faixa etária e de classe.
A resposta da população aos rígidos governos, sejam eles de direita ou de esquerda, foi um episódio fundamental para a história contemporânea que deve ser compreendido para que possamos entender a atual realidade do planeta.
A partir desta publicação, o blog "Seu Brasil" vai apresentar um documentário exibido originalmente pelo canal fechado Globo News, e que retrata as diversas faces daquele ano que marcou nossa história.
No primeiro capítulo poderemos entender os motivos das revoltas da década de 60, a importância da classe estudantil e o papel da mídia sobre a opinião pública, sobre tudo no caso da Guerra do Vietnã.
Lélio foi convidado para contar sobre o ano de 1968.
Lélio Fabiano dos Santos, jornalista,com mestrado em Ciencias da Informação pelo Insituto Francês de Imprensa da Universidade de Paris, França, que em maio de 68 estava em Paris,onde acompanhou de perto os conflitos entre os estudantes e a polícia.
" Se o Brasil fizesse uma síntese do modelo Europeu e Americano teríamos uma imprensa melhor pois falta a parte analitica,que jornais como a Folha e o Globo fazem, mas em drops".
O estudante do 4º período de jornalismo Vinicius Freitas,quer saber como era ser jornalista na era pós-ditadura e o hoje?
A liberdade total de fazer em 1970 ensinavam aos alunos de jornalismo à escrever, fazer um bom lead .Mas eles tinham fé de que a ditadura iria acabar,utopia de que o perfil da profissão mudou.Hoje o diploma se impos é mais tranquilo escrever.
"O nosso ensino é muito Fast Food" Lélio Fabiano